terça-feira, 25 de junho de 2019

Em Trânsito

"O meu cão tem 37 quilos, compara lá com os meus 51. Quem é que achas que passeia quem?" Disse ela a ele referindo-se aos passeios diários que dava de manhã com o seu cão. De pé, imunes aos olhares dos restantes passageiros à sua volta, ele e ela continuaram a sua conversa. Ela continuou a relatar os debates com o seu cão, qual monstro. Ele perdia-se em pensamentos nos olhos escuros dela, por alguma razão os 51 quilos ficaram-lhe a moer. “Já perdi a conta às coisas que ele me estraga lá em casa, já nem sei quantas camas lhe comprei …” Continuou ela. 
Como uma lâmpada que se acende, ele percebeu porque os 51 quilos lhe ficaram a moer e não conseguiu evitar um sorriso. Vendo este sorriso fora de contexto ela estranhou um pouco e parou de falar. Ele olhou à sua volta, quase ninguém estava a prestar atenção, um ou outro passageiro viram o olhar como que a disfarçar algum interesse. Ele chega-se a ela e segreda-lhe ao ouvido “51 quilos? Dás-me vontade de puxar-te para mim, agarrar-te nesse rabo, levantar-te, e entrar assim dentro de ti, com as tuas pernas à volta da minha cintura.” Ela não se desmanchou, corou quase impercetivelmente e continuou a conversa como se nada fosse. “Sabes lá, aquele monstrinho é uma renda ..”. Chegada a paragem dela, ela deixa-se para o fim, chega-se a ele e ao segundo beijo de despedida, segreda-lhe “Da maneira como me deixas, não entras, deslizas todo de uma vez para dentro de mim.” E saiu, sem olhar para trás. Ele ficou-se uns instantes a vê-la perder-se na multidão, até que a porta se fecha e ele procura um banco livre para se sentar. O resto da viagem é passado no seu imaginário, cá pra fora apenas o olhar que se perde no infinito e um sorriso parvo no rosto vislumbram o que se passa lá dentro.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Sofá

Já te esperava, assim que enrolaste a mão direita em punho para com os nós bater à porta, eu estava lá, e assim que consegui agarrei-te na mão ainda levantada, ainda em punho, e puxei-te para dentro, puxei-te para mim.
As nossas bocas encontraram-se e as nossas línguas envolveram-se. Mãos, braços, envolveram-nos um no outro. Foi só após este cumprimentar de corpos que nos permitimos observar um ao outro. Com a tua mão ainda segura na minha, afastei-te, observei-te. Não foi preciso dizer nada, percebeste apenas por olhar nos meus olhos a minha aprovação. O vestido que escolheste enaltece-te na perfeição.

Larguei a tua mão e abracei-te, beijei-te. Primeiro a boca, depois o queixo, o pescoço, o decote, que expuseste abertamente para mim colocando a cabeça para trás. Adoro o teu sabor. As minha mãos desceram percorreram as tuas coxas e subindo o vestido colocaram-se firmemente no teu rabo. Adoro o toque da tua pele. Puxei-te para mim, elevando-te do chão. Rapidamente as tuas pernas estavam em redor da minha anca. Numa dança só nossa rodei-te até que, como se fosse destino inevitável, descansei-te no sofá. Passivo, inerte, colocado sem vontade própria, no entanto, naquele momento, parecia mesmo saber que a sua função era nos receber naquela tarde.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Um domingo ...

Ela: Gostosão!
Ele: O que é que está gostoso?
Ela: O teu caralho! ... A tua boca! ... Aii, as tuas mãos!!

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Faltas-me

Há quanto tempo te foste? Já não sei se foi um dia ou se um ano. A cada fungadela que dou inspiro o teu cheiro, a única coisa que deixaste. O olfacto é um sentido cruel, obriga-nos a lembrar. Obriga os meus olhos a lembrar a cor dos teus, os meus ouvidos a lembrar o teu riso, as minhas mãos a lembrar as tuas curvas a suavidade da tua pele.

Fazes me falta. Voltas pra mim?


P.S.: Quando voltares, se não for pedir muito, trás-me um chá.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Para a minha querida Cabrita

Como pagar o aluguer de uma cabra? Pagar a uma cabra é fácil, mas esta não é qualquer cabra, esta é A Cabra, especial, única. A verdade é que Esta Cabra não se aluga. Não. Ela deixa-se alugar quando assim o entende. E cobra-nos algo único. Uma experiência. Uma experiência que enquanto existiu tempo nunca aconteceu e enquanto houver tempo nunca se voltará a repetir.

13 Biliões de anos atrás os átomos da Cabra e do Touro, animados por uma força invisível de atracão, instigam a revolução, explodem, iniciam o universo, criam estrelas, planetas, a terra, vida, os nossos antepassados, avós, pais, finalmente criam os nossos corpos, para que na última noite do ano de 2011 possam enfim saciar a fome criada por aquela longínqua atracção primordial.

31-12-2011, 21h
Tu, Cabra, que te dizias de uma cor, surpreendes-me com outra. Não me interessa a tua cor, por muito esforço que tivesse investido na Cabra calculada na minha mente, nunca teria conseguido atingir a perfeição da Cabra que surgia à minha frente. Fomos e degustamo-nos nas palavras e na comida e na bebida, fomos mais longe e deixamos que os nossos átomos saciassem a sua sede embalados pela música.

31-12-2011, 23h
Toco-te, tocas-me, o ambiente está animado e populado de estranhos rostos alegres. No entanto estamos sós, só te vejo a ti, Cabra, e tu só tens olhos para mim, dançamos juntos, trocamos fluidos, cheiros, sentimentos.

31-12-2011, 23.59h
Puxo-te para um canto menos populado e encosto-te à parede, olho-te nos olhos, gosto dos teus olhos de Cabra Gato. Mordes o lábio e puxas-me para mais um doce beijo. As minhas mãos encontram as tuas coxas quase por acaso, o teu vestido curto sobe tão facilmente. Lês-me os pensamentos, com os teus hábeis cascos de Cabra Lasciva libertas a tesão presa nas minhas calças. 10! O tempo pára. Seguras-me de mão cheia e encaminhas-me para dentro de ti, 9! Enterro-me em ti. Consigo sentir o teu sabor. És doce como mel e salgada como o mar, 8! Puxas-me mais para dentro de ti. Por um momento penso que me fundo em ti, 7! Sinto-te quente, a palpitar. Mordes-me a orelha e pedes mais... 6! Devoro-te és doce, és salgada, és viciante 5! As nossas línguas misturam-se, não sei dizer qual é touro e qual é cabra, 4! Deliciamo-nos, como se tivéssemos todo o tempo do mundo, 3! Já te disse que gosto de te sentir? Do teu toque, do teu sabor, do teu cheiro, 2! É me difícil conter, ainda falta a eternidade para a meia-noite e tu sabes-me tão bem, Cabra 1! Olho-te nos olhos, estão grandes, despertos, reflectem a tua tesão, a tua antecipação, 0! Encaixo-me como que para ficar para sempre dentro de ti e libertamo-nos em êxtase simultâneo, sussurras-me ao ouvido, “Amo-te”, culminar perfeito para esta Foda que começou no início dos tempos.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Mais uma tarde de Verão no Ecritório ...

Era uma tarde de verão escaldante, estávamos só nós dois no escritório e discutíamos qualquer coisa importante. Pelo menos ela discutia, porque eu estava hipnotizado com o vestido(?) que ela trazia naquele dia. Apenas um bocado de tecido, claramente insuficiente para lhe tapar as lindas pernas e incapaz, se é que houve intenção,  de esconder o rego daquelas mamas que se adivinhavam perfeitas.
Ela percebeu o meu olhar e insinuava-se, mexia no cabelo, descruzava as pernas e voltava a cruzar, subia ligeiramente o vestido.
Deixei cair a caneta, estávamos sentados frente um para o outro, agachei-me para apanhar e nesse momento olhei para cima, nos seus olhos. Ela devolveu-me um olhar que não consegui resistir. Sem perder o contacto com os seus olhos ponho-lhe as mãos nas pernas, ela solta um suspiro e descruza-as. As minhas mãos subiram, joelhos, coxas, encontram o seu vestido e ele sobe com as minhas mãos. Ela agarra-se aos braços da cadeira como se fosse levantar voo num avião. Gentilmente, abro-lhe as pernas e enterro a minha boca no seu entre pernas. Ela entrega-se completamente, inclina-se para trás, abre mais as pernas e empurra a minha cabeça mais para dentro de si.
A produção do escritório nessa tarde limitou-se a gemidos, suor e outros fluidos….